Mamã África
Eu ser filha
Eu ser negra
Eu ser resistência
Eu ser crespa
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Eu ser, preta de alma, sangue, corpo e espírito.
Mas eu não gostar falar tu línguas
Eu não gostar tu cultura e ternura
Gostosura e doce amargura dos caminhos que trilhamos nossa história
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Minha mãe, mãe Africa
Eu não gostar de mi terra, de ti mamã
Eu ter vergonha de ti
Porquê, eu ser colonizado pelo o branco
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Mamã,
Eu ser negra, preta, puro chocolate
Mas eu não gostar de ser eu, negra bonita
Eu e manos nós não gostar de estudar
Nós trabalhar para monhê na banca
O quê? Não, nós ter preguiça de escrever, ler mas até queremos desenvolver
Mas nós é xibalo que gosta fazer
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Mamã
Eu não gostar de mi cabelo, tu cabelo, nosso cabelo, crespo, preto carapinha
Eu e manas
Nós comprar perucas e tissage, cabelo de pessoa que morreu, não sei, não lhe conheço
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Mãe, desde que partiste ou melhor te afastaram de nós
Estamos desaraigados, dizem viemos dos macacos e que somos burros
Mamã, volta
Volta, mamã
Talvez se mamã estivesse aqui seria diferente
Sei que estás distante
Mas sinto te presente
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Mamã, eu estou carente
Preciso do seu abraço, seu sorriso, seus costumes e tradições
Mamã, volta
Volta, mamã
Africa berço da humanidade
Erga te enquanto há tempo
Abra os olhos e veja com seus próprios olhos a sua escolta
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Mamã
África mãe terra
Terra mãe
África nossa mãe
Marcela Vinho
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