A modelo e Miss internacional Fánia Muneme, conhecida pelos títulos de Miss Niassa, Miss Moçambique e Miss Planeta Internacional, regressou à província do Niassa com um objectivo claro: empoderar mulheres, especialmente mães que enfrentam baixa auto-estima e exclusão social.
Em conversa com a Revista Uphile, a Miss abriu o coração sobre a sua jornada, desde os primeiros passos na moda até ao lançamento do projecto que pretende transformar vidas na província.
Segundo Fânia, o seu percurso começou muito antes das coroas e luzes. “Foi um sonho que nasceu quando eu tinha apenas 12 anos, mas só consegui entrar numa agência aos 17. Em 2017 iniciei a minha caminhada como modelo. Não foi fácil, mas nunca desisti”, relembra.

A partir dessa entrada no mundo das passarelas, Fánia viu a sua carreira despontar. Em 2020 foi coroada Miss Niassa, título que impulsionou a sua visibilidade nacional e ajudou alcançar voos a altura da sua projecção. Depois da quinta categoria no Top Mundial de Moda 2022, em 2024 voltou a marcar presença internacional ao ser coroada Miss Planeta Internacional, durante o concurso Miss Africa United.
Sobre a sua experiência internacional a Miss Niassa confidenciou-nos que apesar de ter representado Moçambique na África do Sul, havia o plano de participar num concurso no Camboja, sonho frustrado devido a crise de manifestações no país que impediu a viagem. Ainda assim, mantem-se confiante em um dia a sua carreira rocar os céus, e enquanto isso, vai ajudando a quem mais precisa, por isso, Munene afirma que o seu maior desejo agora é retribuir à província que a viu nascer. “Senti que era o momento de trazer para o Niassa aquilo que aprendi lá fora. Muitas mulheres daqui enfrentam baixa auto-estima e sentem-se excluídas. Quero ajudá-las a reencontrar a sua força”, partilhou.

O projecto que idealizou tem como foco a formação de uma comunidade de mulheres empoderadas, onde moda partilha passarelas e passada com a confiança e educação, com o foco da melhoria do estado emocional e social.
“Conversei com muitas mães e percebi que há uma dor profunda: elas acham que já passaram do tempo, que já não contam. Este projecto é para mostrar-lhes que continuam fortes, inteligentes e capazes”, explica Fánia.
Quanto ao futuro da iniciativa, Fânia garante que o Niassa será apenas o ponto de partida, que envolve outras paragens, onde ate já solicitaram o projecto, que, entretanto, apenas será implantado depois da sua província natal. A Miss Planeta Internacional, disse contar com apoio para o projecto, ainda assim que partilhou que continua na passarela da vida a busca de parceiros, tanto púbicos assim como privados, para conferir ao projecto sua real dimensão.

No final da entrevista, Fánia deixou uma mensagem que resume a alma do seu projecto:
“Quero levantar mulheres que já se acham excluídas. Quero que elas percebam que a força delas nunca desapareceu apenas ficou escondida por algum tempo.”
Com determinação e visão, tudo indica que o projecto da Miss Fánia poderá tornar-se um dos maiores movimentos de empoderamento feminino no Niassa e, no futuro, em todo o país
Texto de Jonito Janeiro e Benefiel Bonga
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